quinta-feira, 10 de dezembro de 2015










Repositório de Recursos Educacionais Abertos

Mestrado em Pedagogia do Elearning (MPeL8)
UC – Materiais e Recursos para Elearning
Docente - Profa. Doutora Ana Nobre
Aluna nº 905486 - Maria Emanuel Melo de Almeida


Introdução
Para responder a quanto é pedido na 1ª atividade do tópico 2 proponho-me apresentar três exemplos de repositórios de Recursos Educacionais Abertos (REA) que considerei interessantes.
Devo dizer que ao pesquisar encontrei diversos repositórios e quase todos existentes na Europa, Brasil, Estados Unidos e apenas um é proveniente da Universidade Virtual Africana. Sublinho a importância deste repositório pelo facto de ser proveniente de um grupo de Universidades Africanas que através dos REA divulga saber não só no continente Africano, mas também em todo o mundo e deixando assim de ser apenas consumidor do “norte do mundo”.
Entre os diversos repositórios de REA escolhi os seguintes como representativos do trabalho que exponho e fundamento.
- African Virtual University collaborative methods of developing Open Education Resources (OER@AVU) - (http://oer.avu.org/)
- Ambiente Educacional Web (AEW) - (http://ambiente.educacao.ba.gov.br/#)

Repositórios de Recursos Educacionais Abertos
- African Virtual University collaborative methods of developing Open Education Resources (OER@AVU) - http://oer.avu.org/
A Universidade Virtual Africana (UVA) é uma Organização Pan-Africana Intergovernamental que tem como objetivo incrementar o acesso ao ensino superior de qualidade e à formação através da aplicação das novas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC).
A UVA foi fundada em 1997, formou milhares de estudantes em toda a África, criou a maior rede de recursos abertos à distância e de instituições elearning em mais de 30 países de África Subsariana. É uma plataforma que abrange línguas anglófonas, francófonas e lusófonas de África. Para além do aspeto linguístico é de realçar a sua diversidade de abordagens referentes às áreas de Matemática e Ciências, Competências Básicas em TIC, formação de professores com cursos profissionais e integração das TIC na educação.
Os módulos liberalizados como Open Education Resources (Recursos Educacionais Abertos) estão sob a licença de Creative Commons, a fim de tornar o material disponível e livre para consulta e reelaboração, conduzindo o portal AVU@OER a uma instituição Africana líder na produção e utilização de REA.
A plataforma AVU para além de possuir livros contém também vídeos em Inglês, Francês, Português permitindo que os académicos do continente Africano possam partilhar, distribuir e divulgar os seus recursos a nível mundial, contribuindo para o desenvolvimento económico de África através da educação. Visto ser uma plataforma de REA as diversas Instituições e os indivíduos podem aceder aos materiais, modificá-los e publicá-los, enriquecendo a mesma plataforma.
Todos os referidos aspetos foram tidos em consideração quando escolhi este repositório de REA entre os muitos que investiguei. No entanto, o que mais sobressaiu foi verificar que este portal permite que África contribua para o conhecimento global e não seja apenas um consumidor de conteúdo a partir do “norte” do mundo.
Contudo, é ainda de relevar que os REA da UVA estão também disponíveis no Scribd (http://www.scribd.com/AfricanVirtualUni) o que permite o acesso a uma rede global de investigadores, mais abrangente, na medida em que estes utilizam o Scribd como um recurso para a investigação e educação.

A Wikimedia Commons é uma mediateca livre onde qualquer pessoa pode copiar, usar e modificar livremente os conteúdos presentes na mesma, desde que respeite as condições estabelecidas pelos autores, apresenta-se em diversas línguas, pertence ao Movimento Wikimedia, foi criada e mantida por voluntários, possui o mesmo software que a Wikipédia , o seu conteúdo multimédia (imagens, sons e vídeos) é educativo/pedagógico e está licenciado com Creative Commons sob licenças livres ou em domínio público.
O motivo que me levou a escolher este repositório deve-se ao facto de ser um repositório de REA de larga abrangência, embora tenha um carácter essencialmente pedagógico, em que é possível aceder aos conteúdos e trabalhá-los livre e colaborativamente.

Ambiente Educacional Web (AEW) - http://ambiente.educacao.ba.gov.br/#
O Ambiente Educacional Web - AEW é um espaço pedagógico multidisciplinar criado para que estudantes e professores possam aceder, partilhar e construir conhecimentos através das novas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC).
Neste espaço a comunidade escolar pode encontrar conteúdos digitais registados com licenças livres, ter acesso a softwares livres, colaborar na produção de meios de comunicação, de sites temáticos de diferentes disciplinas e de temas transversais.
O AEW é um ambiente em que a investigação é de fácil acesso, é possível investigar várias fontes agrupadas em conteúdos digitais, sites temáticos, apoio à produção e colaboração, espaço aberto, professor web, TV Anísio Teixeira e exposição fotográfica.
É um espaço que está direcionado para escolas, estudantes, educadores, instituições e municípios. No entanto a interação das distintas abordagens permite uma partilha enriquecedora para os estudantes, professores, educadores e demais membros da sociedade.
O motivo que me levou a referir este repositório foi o facto de ser um espaço onde há uma interação significativa entre a comunidade escolar e a sociedade em geral, pois considero que a escola não deve ser um ambiente fechado, mas aberto ao mundo permitindo que este entre dentro da mesma através dos alunos e da restante comunidade.






quinta-feira, 26 de novembro de 2015

UC – Materiais e Recursos para Elearning









Bibliografia anotada

Mestrado em Pedagogia do Elearning (MPeL8)

UC – Materiais e Recursos para Elearning

Maria Emanuel Melo de Almeida aluna nº 905486


Introdução

Os dois itens de bibliografia anotada que me proponho apresentar encontram-se inseridos no âmbito do Mestrado em Pedagogia do Elearning, coordenado pela Profa. Lina Morgado e da Unidade Curricular de “Materiais e Recursos para Elearning”, lecionada pela Profa. Ana Nobre.

1. O tema do primeiro item foi escolhido pelo facto de ser professora de Ciências Naturais no Ensino Básico e Secundário e gostava de saber se os Recursos Educativos Abertos (REA) também são úteis para desenvolver as aprendizagens nesta disciplina. Encontrei o texto que de certo modo foi ao encontro de quanto procurava saber.
Arias, A. V. G.; López, I. H. e González, X. E. S. (2010). Uso de REA para un mejor aprendizaje de las Ciencias Naturales. In Montoya, M. S. R. e Aguilar, J. V. B. (Eds.). Recursos Educativos Abiertos en Ambientes Enriquecidos con Tecnología. Innovación en la Práctica Educativa. México: Tecnológico de Monterrey, págs. 242-257. Recuperado de http://catedra.ruv.itesm.mx/bitstream/987654321/566/8/ebook

Palavras-chave: Ciências Naturais, Recursos Educativos Abertos (REA)

2. O segundo texto é de EDUTEC, Revista Electrónica de Tecnología Educativa, da Universidade de Montemorelos (México) que pretende evidenciar como a implementação dos REA é necessária no ensino universitário, a fim de que os estudantes adquiram aprendizagens mais significativas que lhes permitem melhorar o seu processo ensino aprendizagem.
Rodríguez, A. L. S.; Gómez, J. R. e Madrigal, S. C. (2012). Recursos Educativos Abiertos y estrategias de búsqueda e implementación en un ambiente de aprendizaje universitário. EDUTEC, Revista Electrónica de Tecnología Educativa, nº 41/septiembre. México: Universidad de Montemorelos. Recuperado de http://edutec.rediris.es/Revelec2/Revelec41/pdf/Edutec-e_n41_Salazar_Rodriguez_Campos.pdf

Palavras-chave: Ambiente de aprendizagem, Recursos Educativos Abertos.

Desenvolvimento

Primeiro item de Arias, A. V. G.; López, I. H. e González, X. E. S., publicado em 2010, sobre “Uso de REA para un mejor aprendizaje de las Ciencias Naturales” pretende saber se a implementação dos REA ajuda a melhorar a aprendizagem dos alunos na disciplina de Ciências Naturais e quais são os benefícios verificados antes e depois da aplicação dos REA.
A aplicação dos REA nas aulas de Ciências Naturais teve impacto quer nos alunos quer nos professores, na medida em que ambos os universos evidenciaram que o processo ensino-aprendizagem melhora, é mais fácil e simples. Os alunos referem que a aprendizagem com os REA é mais agradável e os professores dizem ser um método que lhes permite desenvolver o tema de modo mais percetível e dinâmico, na medida em que aumenta a motivação e a participação dos alunos nas aulas.

Este estudo permitiu-me verificar que também posso aplicar os REA na minha disciplina e que produz resultados positivos a todos os níveis do processo ensino-aprendizagem, assim como no que respeita a motivação dos alunos que por vezes é difícil obter.

Segundo item de Rodríguez, A. L. S.; Gómez, J. R. e Madrigal, S. C. publicado em 2012, sobre “Recursos Educativos Abiertos y estrategias de búsqueda e implementación en un ambiente de aprendizaje universitário” sublinha a necessidade e urgência de aplicar REA nas aulas, de modo a alterar o paradigma da docência, passando de uma educação tradicional expositiva a uma ativa, participativa e colaborante. A aplicação dos REA faz com que os estudantes adquiram aprendizagens mais significativas e aprendam ao seu ritmo e estilo. É importante que os docentes desenvolvam novas estratégias de ensino permitindo a construção do conhecimento através do uso de materiais contextualizados e estruturados pedagógica e didaticamente; melhorem as práticas letivas através da interatividade com os REA; promovam o interesse, a motivação, a criatividade, o dinamismo e a colaboração; encontrem novos modos de orientar a aprendizagem; utilizem artigos científicos válidos e fidedignos de diferentes áreas do conhecimento; atualizem e reforcem os conteúdos das disciplinas e aumentem o pensamento crítico. Contudo, é de destacar algumas desvantagens verificadas aquando a aplicação dos REA: o difícil acesso aos REA na aula devido à falta de Internet; os dados poderem ser errados ou falsos; o uso do inglês; não existirem REA apropriados a todas as disciplinas e ainda a falta de recursos tecnológicos nas salas de aula.

Considero que este artigo é útil na medida em que ajuda a esclarecer as vantagens e desvantagens da aplicação dos REA na sala de aula através da experiência dos próprios professores e estudantes. Estes aspetos são motivadores para quem deseje implementar uma estratégia semelhante nas suas aulas.

terça-feira, 10 de março de 2015

Educação e Sociedade em Rede

O Papel do Professor no Processo de Ensino-Aprendizagem de uma Sociedade em Rede

The role of the teacher in the teaching-learning of a network society

Maria Emanuel Melo de Almeida, Universidade Aberta, Portugal

Resumo: Este artigo elaborado a partir do estudo realizado sobre “o papel do professor no processo de ensino-aprendizagem de uma sociedade em rede” tem por objetivo saber qual é o papel do professor no processo de ensino-aprendizagem de uma sociedade em rede. Para tal procurou-se aprofundar algumas temáticas designadamente: a sociedade em rede e a educação; a profissão docente e a sociedade em rede; informação, conhecimento e sociedade em rede; o papel do docente na sociedade do conhecimento; a virtualidade nos processos de ensino-aprendizagem; o processo de ensino-aprendizagem na sociedade em rede. Por fim apresentam-se as conclusões em que se refere que a escola, nomeadamente os professores, perante a nova sociedade em rede, devem ser capazes de desenvolver nos estudantes competências que lhes permitam participar e interagir num mundo competitivo, encontrar soluções para os problemas do futuro, na medida em que a aprendizagem não é um processo estático, mas dinâmico que acontece ao longo de toda a vida.

Palavras-chave: ensino-aprendizagem, professor, sociedade em rede, sociedade da informação, sociedade do conhecimento, novas tecnologias. 

Abstract: This article drawn from the study on "the role of the teacher in the teaching-learning of a network society process" aims to know the teacher's role in the teaching-learning process of a networked society. To this end sought to deepen some issues in particular: the network society and education; the teaching profession and the network society; information, knowledge and network society; the role of teachers in the knowledge society; virtuality in the teaching-learning processes; the process of teaching and learning in the network society. Finally we present the conclusions in relation to the school, including teachers, namely the new network society, should be able to develop students skills to participate and interact in a competitive world, find solutions to the problems of future to the extent that the learning process is not a static but dynamic happens throughout life.

Keywords: information society, knowledge society, new technologies, network society, teacher, teaching and learning. 

Introdução

Este artigo faz parte de uma pesquisa exploratória e descritiva, elaborada com base na bibliografia que aborda a temática relacionada com “o papel do professor no processo de ensino-aprendizagem de uma sociedade em rede” e tem por objetivo saber qual é o papel do professor no processo ensino-aprendizagem numa sociedade em rede.
A fim de responder ao objetivo proposto aprofundaram-se as seguintes temáticas: a sociedade em rede e a educação; a profissão docente e a sociedade em rede; a informação, conhecimento e sociedade em rede; o papel do docente na sociedade do conhecimento; a virtualidade nos processos de ensino-aprendizagem; o processo de ensino-aprendizagem na sociedade em rede. Após esta pequena explanação teórica, apresentam-se as conclusões em que se refere que a escola, nomeadamente os professores, perante a nova sociedade em rede devem ser capazes de promover o desenvolvimento nos estudantes de competências que lhes permitam participar e interagir num mundo competitivo, encontrar soluções para os problemas do futuro, na medida em que a aprendizagem não é um processo estático, mas dinâmico que acontece ao longo de toda a vida.
Atualmente o desenvolvimento científico e tecnológico está ligado ao que hoje se designa por sociedade do conhecimento através do desenvolvimento das novas tecnologias de informação, motivo pelo qual o conceito de sociedade de informação foi ultrapassado pela designação de sociedade em rede (Osório, 2003).
É de relevar que a sociedade em rede permite estabelecer ligações e intercâmbio de conhecimentos, potenciando um acelerado processo de transformação que se manifesta através das rápidas mudanças que ocorrem em todos os setores da sociedade, assim como na globalização da informação e da comunicação (Fernandes, 2000: 27). 
A utilização das tecnologias digitais modificou a sociedade atual, o seu modo de vida e forma de pensar, transformando-a numa sociedade do conhecimento. Todas as alterações influenciaram o modo de apresentar a informação, nos diferentes meios de comunicação através da web 2.0, nas formas de aprendizagem começando pelo e-learning, b-learning chegando até às aulas presenciais. Estas tecnologias procuraram ainda otimizar e tornar possíveis, os processos de ensino através da aplicação das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs). 
É um desafio para o sistema educativo desenvolver instrumentos que facilitem os processos de ensino-aprendizagem nas aulas. Perante um elevado crescimento da quantidade e da qualidade da informação que circula em todos os âmbitos das áreas do conhecimento e da vida na sociedade, surgiu a Web a partir da qual se verifica uma constante evolução na vida quotidiana, tal como sucede atualmente com as redes sociais.

1. A sociedade em rede e a educação 

Segundo Castells (2006) a superioridade histórica das organizações verticais hierárquicas sobre as redes deve-se ao facto das organizações sociais em rede terem que vencer limites materiais relativamente à tecnologia disponível. As redes são consideradas uma extensão do poder centrado no alto das organizações verticais que configuram a história da humanidade. Porém, a cultura da liberdade foi decisiva para produzir as tecnologias em rede que serviram de infraestrutura, para que as empresas pudessem realizar a restruturação de acordo com a globalização, a descentralização e as redes.
Trabalhos de interesse em todos os campos das ciências sociais e humanistas mostram que a sociedade em rede é uma forma de organização social sustentada pela informação.
É ainda de realçar como Castelles (s.d.) constrói o seu raciocínio a partir da história do desenvolvimento das tecnologias após a década de 1970 e dos impactos que teve nos diferentes campos das relações humanas. Este autor apresenta um seu ponto de vista teórico intitulado “cultura da virtualidade real” evidenciando o facto de que as culturas consistem em processos de comunicação que se baseiam em sinais e que não há separação entre “realidade” e “representação simbólica”. Este aspeto é importante, visto que as relações humanas se verificam, cada vez mais, em ambientes multimédia, embora os seus efeitos não tenham sido ainda bem estudados.
Assim, a rápida evolução em direção à sociedade da informação está a produzir mudanças fundamentais na própria estrutura social tal como se conhece. A relação que se pode ter com a informação e as possibilidades de comunicação de que se dispõe, produzem alterações substanciais em todos os âmbitos da sociedade, nomeadamente na maneira de organizar a educação, nos modos de ensinar e aprender, os quais podem estar ajustados a sistemas educativos que preparam as pessoas para ocupar um lugar numa sociedade que foi ultrapassada (Hargreaves, 2003a; Morin, 2001; Martínez et. al, 2001; Marchesi, 2000; Pérez, 2000).
As novas possibilidades de relação com o conhecimento que se configuram ao redor da Internet e da sociedade em rede (Castells, 2001a; Lèvy, 1998) evidenciam a necessidade de ir para além da transmissão direta da informação aos alunos, entendendo que, mais do que nunca, o desafio consiste na capacidade de aprender e de elaborar o próprio conhecimento. De acordo com este ponto de vista está-se perante um elemento de divisão social muito mais importante que a conetividade técnica, pois consiste na capacidade educativa e cultural de utilizar a Internet. Quando toda a informação está em rede, quando o conhecimento está em rede, o conhecimento codificado não é o essencial para o que se pretende fazer, porque o que se pretende, é saber onde está a informação, como encontrá-la, como processá-la, como transformá-la em conhecimento específico para o que se deseja realizar (Castells, 2001b).
Numa economia progressivamente desenvolvida à volta da aprendizagem, é necessário fortalecer a capacidade de processamento da informação que está ao alcance de cada individuo, a fim de promover a sua integração no conjunto de conhecimentos que possui (OCDE, 2000). Dada a velocidade do aparecimento e atualização dos conhecimentos existentes nas nossas sociedades, as instituições educativas por vezes limitam as suas funções a tarefas meramente instrutivas e transmissivas, fornecendo aos alunos conhecimentos em certos casos antiquados. A aprendizagem não termina na escola, por isso é importante sublinhar que os centros educativos devem desenvolver um papel relevante na capacitação das pessoas, em função da sua autonomia na aprendizagem e na orientação em direção à aquisição de novos conhecimentos (Delors, 1996). A incorporação das pessoas neste novo modelo cria-lhes ainda a necessidade de desenvolver a capacidade de iniciativa, a proatividade e a orientação na resolução de problemas (Hargreaves, 2003a). Neste sentido, a escola tem a função de capacitar os seus alunos para o trabalho em rede, ou seja em equipa e em colaboração com outras equipas de acordo com as solicitações do mundo do século XXI (Carnoy, 2002; Coller, 1997).
Este aspeto que se baseia na conceção da aprendizagem e que concede a máxima importância à atividade do aluno evidencia quanto urge sublinhar que a influência educativa exercida pelo professor como mediador entre a atividade construtiva do aluno e os conteúdos escolares continua a ser fundamental (Coll e Onrubia, 1996).
É de relevar que a ação docente constitui um processo decisivo de ajuda capaz de se adaptar à atividade do aluno enquanto protagonista. Assim, realça-se a importância de se aproximar a configuração da ação docente neste processo, evidenciando atributos como seja: o posicionamento do professor no processo de ensino aprendizagem e a consequente atitude do aluno; a capacidade docente de personalização e de adaptação à diversidade neste processo; a relevância que se atribui à colaboração com outras pessoas e singularmente com os colegas; o uso que se faz do material didático e por fim a natureza dos processos de avaliação. Perante o exposto torna-se significativo analisar a profissão docente na sociedade em rede.

2. A profissão docente e a sociedade em rede

Nos últimos tempos duas linhas de desenvolvimentos social convergem na consciência dos professores e na consciência que a sociedade tem dos mesmos. Por um lado a erupção das TICs e as possibilidades que oferecem para a aprendizagem, a necessidade de adaptação dos docentes ao novo contexto e a urgência que deve ser assumida pelos poderes públicos de verificarem que os novos tempos exigem algo mais do que a inversão das infraestruturas, redes e computadores. Por outro lado a progressiva desvalorização da função docente faz com que os professores sintam como um imperativo a reivindicação de um status profissional e social. A dignificação não é conseguida unicamente, como se concetualizou na antiga ética capitalista através da questão do dinheiro, mas implica também o reconhecimento. Atualmente questiona-se o papel do professor como profissional cujo imperativo se baseia em conceitos como dever, profissionalização e como questão retributiva.
Pode-se então verificar a existência de duas orientações relacionadas com os novos contextos de aprendizagem: a crise na fundamentação dos valores do trabalho e o surgir de novos valores como resposta ao mau estar reinante. Esta questão é também comum a outros âmbitos do mundo das tecnologias digitais como por exemplo da sociedade em rede.
Para Castells (1999) quando se fala de sociedade em rede está-se a falar de um desenvolvimento social autónomo que foi alterado pela expressão de Internet, a qual passa a ser uma rede fria de cabos, ondas e bites, enquanto que a sociedade expressa os processos sociais, os interesses sociais, os valores sociais e as instituições sociais. Não é uma sociedade como tradicionalmente se conhece, pois é uma sociedade diferente. Pode-se então perguntar em que sentido é diferente? A diferença consiste na especificidade da Internet que constitui a base material e tecnológica da sociedade em rede. Assim, a infraestrutura tecnológica e a organização do meio permite o desenvolvimento das novas formas de relação social que não têm propriamente a sua origem na Internet, mas são fruto de uma série de mudanças históricas que não se poderiam realizar sem a Internet.
É de destacar que a Internet também não é uma simples tecnologia, mas é o meio de comunicação que constitui a forma organizativa das atuais sociedades. É o coração de um novo paradigma sociotécnico que constitui a base material da vida quotidiana, assim como das relações de trabalho e de comunicação dos indivíduos. A Internet o que faz é processar a virtualidade e transformá-la na atual realidade, constituindo a sociedade em rede que é aquela em que se vive.

3. Informação, conhecimento e sociedade em rede

Urge constatar como as novas tecnologias da informação criaram novos espaços de conhecimento. 
Para além da escola, também a empresa, a casa e o espaço social tornaram-se educativos. Hoje em dia, as pessoas estudam cada vez mais em casa, pois é um local onde podem aceder ao ciberespaço da formação e da aprendizagem à distância, procurar a informação disponível nas redes que respondem às necessidades e questões do conhecimento. É ainda de referir que a sociedade civil se reforça não apenas como espaço de trabalho, mas também como espaço de difusão e de reconstrução de conhecimentos.
Subjacente a toda esta análise das tecnologias da informação e do conhecimento, destaca-se ainda a função social da mesma. Nesta medida é importante não cair numa análise inocente, pois o conhecimento pode ser equiparado a poder. 
Assim, abordar o tema da sociedade em rede e da sociedade do conhecimento sem fazer um estudo sobre o seu papel político e social, é excluir a questão do conhecimento e entender a sociedade, como se fosse homogénea, sem contradições nem conflitos, motivo pelo qual importa tratar o aspeto do papel do conhecimento na sociedade em rede.  
Como previa Herbert McLuhan, citado por Gadotti (2005), na década de 60, o planeta tornou-se uma sala de aula e o espaço de aprendizagem dos indivíduos. Deste modo o ciberespaço rompeu com a ideia de tempo próprio para a aprendizagem e o espaço de aprendizagem tanto pode ser aqui como em qualquer lugar, na medida em que o tempo de aprender tanto é hoje como sempre.
Atualmente vale tudo para aprender. Este aspeto ultrapassa o fator da reciclagem, da atualização dos conhecimentos e vai muito para além da assimilação dos mesmos.
A sociedade do conhecimento é uma sociedade de múltiplas oportunidades de aprendizagem, por estes motivos as consequências para a escola, para o professor e para a educação são grandes, entre as quais se destacam as seguintes: ensinar a pensar, saber comunicar, saber pesquisar, ter raciocínio lógico, fazer sínteses e abordagens teóricas, saber organizar o seu próprio trabalho, ter disciplina, ser independente e autónomo, saber articular o conhecimento com a prática, ser aprendiz autónomo e a distância. Neste contexto, o professor é muito mais um mediador do conhecimento, diante do aluno que é o sujeito da sua própria formação. O aluno precisa construir e reconstruir conhecimento a partir do que faz. Para isso o professor precisa de ter curiosidade, saber pesquisar e apresentar novas perspetivas para o trabalho a realizar com os alunos. Ele já não leciona como era concebido até há pouco tempo, passando a ser um organizador do conhecimento e da aprendizagem.
Pode-se dizer que o professor se tornou um aprendiz permanente, um construtor de sentidos, um cooperador e sobretudo, um organizador da aprendizagem. Se se fala do professor de adultos e do professor de cursos à distância, esses papéis são ainda mais relevantes. Não serve de nada ensinar, se os alunos não conseguem organizar o seu trabalho, serem sujeitos ativos da aprendizagem, autodisciplinados e motivados, não sendo portanto suficiente dar oportunidade a todos de acesso à escola, embora o direito à educação implique o direito de aprender na escola. 
Segundo Luiza Cortesão, citado por Gadotti (2005), ser professor pode ser “um ofício em risco de extinção”. Na verdade um certo tipo de professor pode estar em risco de extinção, por exemplo aquele que é funcionário da eficácia e da competitividade. A mesma autora refere ainda que existe uma contradição entre o professor “a preto e branco” ou seja o professor “monocultural”, bem formado, seguro, claro, paciente, trabalhador e distribuidor de saberes, eficiente, exigente e o professor “intermulticultural” que não é um “daltónico cultural”, porque se apercebe da heterogeneidade, é capaz de investigar, de ser flexível e de recriar conteúdos e métodos, de identificar e analisar problemas de aprendizagem e de elaborar respostas às diferentes situações educativas. Um, não se pergunta porque ser professor, mas apenas cumpre ordens, currículos, programas, pedagogias. O outro questiona-se sobre seu papel. Um está centrado nos conteúdos curriculares e o outro no sentido do seu ofício. Pelo exposto, constata-se que na realidade determinado tipo de professor pode estar em risco de extinção. 
É de relevar que a sociedade contemporânea está marcada pela questão do conhecimento. E não é por acaso. O conhecimento tornou-se peça chave para entender atualmente a própria evolução das estruturas sociais, políticas e económicas. Mais do que na era do conhecimento, deve-se dizer que se vive na era da informação, pois há mais facilidade em perceber a disseminação da informação e a manipulação de dados, do que a oportunidade de criar conhecimento. O acesso ao conhecimento é ainda muito precário, sobretudo em sociedades em vias de desenvolvimento educacional e social.
Segundo Gadotti (2005) a sociedade em rede, ao mesmo tempo que é uma sociedade de múltiplas oportunidades de aprendizagem é também uma sociedade de novas exigências para a escola, o currículo, o professor e o aluno. O professor passa a lecionar menos e passa a gerir melhor a aprendizagem, visto que as teorias do conhecimento estão centradas sobretudo na aprendizagem e na aquisição do conhecimento.

4. O papel do docente na sociedade do conhecimento

Na atual sociedade do conhecimento em que a informação se atualiza constantemente e é acessível através das TICs, o papel do professor deixou de ser unicamente o de transmissor do conhecimento, pois são necessárias outras fontes para completar a informação que possui. 
Neste sentido e tal como já foi referido, o professor tem que alterar o seu papel e converter-se em “gestor de conhecimento” (Moreno, M., 2013). Segundo Fernández (2004) o paradigma que consiste na aula magistral tornou-se obsoleto, visto que o professor já não é o possuidor exclusivo da informação, mas deve desenvolver várias competências: analisar as fontes informativas, conhecer a sua matéria e gerir a informação sobre a mesma, assim como facilitar oportunidades de aprendizagem.
Hernández (2004) refere que o professor deve responder aos objetivos da educação do século XXI e que deve atuar de modo a preparar as novas gerações, a fim de participarem e possuírem uma reflexão crítica no que se refere ao uso e à interpretação que dão às tecnologias.
Hoje em dia os professores não só transmitem conhecimentos, mas também estratégias de aprendizagem, orientam o aluno no processo da pesquisa de informação, questionando-a, compreendendo-a e convertendo-a em conhecimento.
Para adotar este novo papel o docente deve adquirir competências no uso das novas tecnologias. Não é preciso ser um especialista, mas é necessário que possua e receba informações que lhe permitem adquirir competências básicas para a sua aplicação. Deste modo, deve usar as tecnologias ativamente e compreender que a importância da Internet consiste em comunicar com outras pessoas (Zabalza, 2003). 
Portanto é importante que o professor adote uma atitude critica e construtiva, conheça as possibilidades das novas tecnologias, selecione adequadamente, utilize e produza materiais didáticos que promovam a aquisição da aprendizagem significativa, assim como o protagonismo e a responsabilidade dos alunos (Hernández, 2004).

5. A virtualidade nos processos de ensino aprendizagem

A educação atual enfrenta múltiplos desafios. Um deles consiste em dar resposta às profundas mudanças sociais, económicas e culturais que se preveem na sociedade da informação. A Internet e a sociedade em rede causou um enorme interesse em todos os âmbitos da sociedade. A sua utilização com fins educativos é um campo aberto à reflexão e à investigação. Assim, salientam-se certos aspetos da sociedade em rede como recurso tecnológico no processo ensino-aprendizagem aberto, dinâmico e flexível, e descrevem-se ainda algumas caraterísticas dos ambientes virtuais de aprendizagem, cujo objetivo é integrar curricularmente as TICs nos processos ensino aprendizagem.
De acordo com Sierra (2008) a educação em rede é geralmente conhecida como educação virtual, a qual procura implementar, através de aplicações telemáticas a qualidade da comunicação, da formação presencial na educação a distância, mediada pela tecnologia e pela pedagogia. A relação estabelecida entre o tecnológico e o pedagógico configurou diferentes formas de ensino-aprendizagem incorporando novos papeis nos atores educativos, assim como novas dinâmicas nos mesmos. Por isso as aulas virtuais são o modo de integrar os efeitos didáticos das aulas reais em contextos onde não é possível reunir fisicamente os participantes num processo ensino-aprendizagem. É evidente que a modalidade educativa que pode beneficiar mais desta tecnologia é o ensino virtual. Todo este processo carateriza o ensino e a aprendizagem, como uma construção letiva e colaborativa entre os seus atores, com os seus papéis definidos, na modalidade virtual a partir da qual assumem o processo como um aprender a aprender, tudo isto dinamizado pela pedagogia ativa e pelas estratégias didáticas que esta oferece quando se utilizam as TICs na educação.
Perante estas transformações tecnológicas e pedagógicas, a aula virtual é um conceito que agrupa atualmente as possibilidades de ensinar em rede através da Internet. Em princípio uma aula virtual é um conjunto de ensino–aprendizagem baseado num sistema de comunicação mediado pedagogicamente pelas tecnologias, especialmente as relacionadas com a web2.0. Estas inovações permitem gerar atividades conjuntas entre estudantes e professores, convertendo-se em processos de ajuda colaborativa, permitindo, em certa medida, garantir a construção de conhecimento com significado e sentido.
Esta dinâmica entre os conteúdos, os estudantes e os professores ligados em ambientes virtuais de ensino-aprendizagem, mudou a relação dos mesmos relevando-lhes o sentido do processo, o qual se centra atualmente nos estudantes.
Também é certo que as TICs estão a mudar a sociedade e influenciam muito a educação, criando cenários novos e valiosos tanto para o processo de ensino como para o de aprendizagem.
Na atualidade a tecnologia permite recriar o ambiente da aula em forma virtual. Deste modo as aulas virtuais, os campos virtuais convertem-se em metáforas que fazem referência ao ambiente onde se desenvolve o processo educativo.
Para concluir, os ambientes virtuais desvendam possibilidades de inovação para favorecer os processos de ensino-aprendizagem, porém a mera incorporação de ferramentas tecnológicas não garante uma melhoria na qualidade educativa. Esta tensão entre as possibilidades e as limitações são próprias de toda a ação humana e em especial da educativa, por isso pensar na educação virtual pode constar num conjunto de perguntas sobre questões que não têm uma resolução única e final.

6. O Processo de Ensino-Aprendizagem na Sociedade em Rede

Com o avanço da tecnologia surge a necessidade de se aperfeiçoarem as competências que permitam a utilização dos equipamentos tecnológicos. Não se pode afirmar que um indivíduo pertence ao mundo tecnológico, porque o desenvolvimento tecnológico e a manipulação dos seus artefactos são praticamente impraticáveis por qualquer ser humano, embora seja possível a sua utilização por um conjunto de indivíduos onde cada um possui a sua especialidade.
Contudo o desenvolvimento das competências ligadas à tecnologia é um fator importante na globalização das ideias e das experiências acumuladas ao longo dos tempos. Uma vez que se constroem equipamentos com alta capacidade produtiva e com baixo custo operacional, é preciso que exista mão de obra qualificada para operar com os referidos equipamentos.
Urge, portanto que os professores e os alunos adquiram conhecimentos mínimos que lhes permita utilizar os artefactos das TICs. Esta questão não é tão simples quanto parece, pois faltam competências no que se refere à utilização da tecnologia da informação no processo ensino-aprendizagem, sobretudo por parte dos professores.
Como o objetivo deste estudo consiste em verificar qual o papel do professor no processo de ensino-aprendizagem na sociedade me rede, importa conhecer quais as competências que os docentes devem possuir, a fim de saber processar a informação cedida pela sociedade em rede.
Castells (1999) considera que a sociedade vive uma revolução informacional que pode ser comparada aos grandes períodos históricos pela qual já passou. 
Considerando a grande necessidade de conhecimentos tecnológicos do século XXI, é importante refletir sobre as consequências do domínio ou não, de tais conhecimentos no âmbito dos professores. 
Perante o facto de que a presença da tecnologia é já uma realidade em grande parte das escolas portuguesas, é preciso refletir sobre a formação do professor face à utilização desses equipamentos. As mudanças que se verificam no contexto educacional com a introdução de novas tecnologias, permitem a obtenção de mais informações científicas, sobre a utilização da tecnologia na educação, bem como sobre a necessidade de os professores possuírem os conhecimentos indispensáveis para as utilizarem.
O processo ensino-aprendizagem que permitiu até agora aos professores acompanharem os alunos através do conhecimento dos conteúdos. No entanto, começam a fazer-se sentir as consequências da falta de acompanhamento no que se refere à evolução da tecnologia no processo de ensino-aprendizagem.
A incorporação das novas tecnologias no processo ensino-aprendizagem só tem sentido se contribuir para a melhoria da qualidade do ensino. A simples presença de novas tecnologias na escola não é, por si só, garantia de maior qualidade na educação, pois a aparente modernidade pode mascarar um ensino tradicional baseado na receção e na memorização de informações (Gatti, 1993). Esta ideia é reforçada por Moran (1995) ao referir que a conceção de ensino-aprendizagem se revela na prática da sala de aula e na forma como professores e alunos utilizam os recursos tecnológicos disponíveis. A presença do aparato tecnológico na sala de aula não garante mudanças na forma de ensinar e aprender. A tecnologia deve servir para enriquecer o ambiente educacional, contribuindo para a construção de conhecimentos por meio de uma educação ativa, crítica e criativa por parte de alunos e professores.
Devido à diversidade regional e cultural que Portugal possui, para além das desigualdades sociais e económicas, não é possível pensar num modelo único para a incorporação dos recursos tecnológicos na educação. Urge elaborar propostas que tenham em consideração os interesses e as necessidades das várias regiões e comunidades em que se encontram inseridas as escolas, de acordo com o contexto social e económico de cada uma.
Se a escola for entendida como um local de construção de conhecimento e de socialização do saber, como um ambiente de discussão, troca de experiências e de elaboração de uma nova sociedade, é fundamental que a utilização dos recursos seja discutida e elaborada conjuntamente com a comunidade escolar. Em diversos países uma parte das experiências feitas através da aplicação das tecnologias informacionais na escola estão apoiadas numa conceção tradicional de ensino-aprendizagem. Este facto deve alertar para a importância da reflexão sobre, qual é a educação que se quer oferecer aos alunos, para que a incorporação da tecnologia não seja o antigo disfarçado de moderno.
Verifica-se assim que os meios eletrónicos de comunicação oferecem amplas possibilidades para proporcionarem a transmissão e memorização de informações. A título de exemplo, a correta utilização do computador permite novas formas de trabalho, possibilitando a criação de ambientes de aprendizagem em que os alunos possam pesquisar, fazer simulações, confirmar ideias prévias, experimentar, criar soluções e construir novas formas de representação mental, entre outras. Além disso, permite a interação com outros indivíduos e comunidades, utilizando os sistemas interativos de comunicação, como seja a sociedade em rede.

Conclusões 

No que se refere à utilização de novas tecnologias no contexto educacional, verifica-se que o professor se encontra inserido num emaranhado de conexões cujo centro é móvel, pois a mudança é frequente, esperada e, por vezes, singular. Não há uma tecnologia específica a ser utilizada, nem uma forma única de aplicação dos recursos tecnológicos, mas um leque de oportunidades educativas que as diferentes tecnologias revelam, cabendo ao professor adequá-las às necessidades e especificidades da escola e do aluno com quem interage.
Entretanto, para que tais adaptações se possam concretizar, é necessário que o professor domine de certo modo as possíveis aplicações da tecnologia na educação.
É ainda importante que os professores estejam preparados para interagir com as novas tecnologias no ambiente de trabalho, estimular e facilitar a difusão da informática educacional, procurar subsídios para a elaboração de projetos pedagógicos, de acordo com a disciplina e o nível escolar dos alunos, proporcionar condições que permitam aperfeiçoar o uso da informática no processo de ensino-aprendizagem de todos os alunos, inclusive dos que apresentam deficiências, assim como avaliar as possibilidades de utilização de softwares nos projetos e atividades pedagógicas.
Certamente, o professor deve aprender também a utilizar as ferramentas básicas de Informática tais como: processador de textos; editor de desenhos; banco de dados; multimédia e Internet, permitindo o desenvolvimento de competências para o enriquecimento da prática pedagógica. Assim, para que se possam vislumbrar possibilidades de sucesso na utilização de novas tecnologias na educação, é necessário considerar os professores não apenas como executores de um projeto já definido pela informatização da escola, nem como responsáveis pela utilização dos computadores e consumidores dos materiais e programas escolhidos pelos idealizadores do projeto, mas como parceiros na conceção de todo o trabalho.
A formação do professor deve prover condições para que o próprio construa conhecimento sobre as técnicas computacionais, entenda o porquê e como integrar o computador na sua prática pedagógica e seja capaz de superar barreiras de ordem administrativa e pedagógica. Finalmente, devem ser criadas condições para que o professor saiba re-contextualizar tanto a aprendizagem como as experiências vividas durante a sua formação para a realidade da sala de aula, compatibilizando as necessidades dos seus alunos e os objetivos pedagógicos que se propõe atingir.
Assim, cabe ao docente informar-se, adaptar-se e adequar-se às novas tecnologias de informação/formação que se apresentam, pois, a sociedade do conhecimento requer um novo perfil de profissional.
Pode-se portanto constatar que tanto a Internet como as tecnologias digitais fizeram emergir um novo paradigma social, descrito por alguns autores, como sociedade da informação ou sociedade em rede alicerçada no poder da informação (Castells, 2003), sociedade do conhecimento (Hargreaves, 2003b) ou sociedade da aprendizagem (Pozo, 2004). Um mundo onde o fluxo de informações é intenso, em permanente mudança, e “onde o conhecimento é um recurso flexível, fluido, sempre em expansão e em mudança” (Hargreaves, 2003b: 33). Um mundo sem território, onde não existem barreiras nem de tempo, nem de espaço, facilitador e promotor da comunicação entre as pessoas. Uma nova era que oferece múltiplas possibilidades de aprender e em que o espaço físico da escola, tão importante noutras décadas, neste novo paradigma, deixa de ser o local exclusivo para a construção do conhecimento e preparação do cidadão para a vida ativa. 
O desafio imposto à escola e aos professores por esta nova sociedade em rede é imenso, sendo-lhes exigido prioritariamente que promovam nos estudantes o desenvolvimento de competências para participarem e interagirem num mundo global, altamente competitivo que valoriza o individuo flexível, criativo, capaz de encontrar soluções inovadoras para os problemas do futuro, assim como a capacidade de compreenderem que a aprendizagem é um processo dinâmico que deve acontecer ao longo de toda a vida.

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Modelos de Educação a Distância

Os MOOCs e a educação online

Universidade Aberta, Portugal


RESUMO: Este artigo tem como objetivo conhecer o que se entende por MOOCs e qual a sua função no que respeita à educação online. Atualmente considera-se importante a realização de MOOCs para a sociedade mundial. Pois trata-se de cursos online, de acesso ilimitado, gratuitos, abertos e para os quais basta estar ligado à Internet. Num primeiro momento, parece algo simples e muito acessível, mas se ponderarmos que é em todo o mundo que estes cursos têm a possibilidade de serem acedidos já não é tão simples, basta pensar nos países cuja Internet é de difícil acesso e sobretudo custosa. Neste estudo abordam-se temas como a noção de MOOCs, os seus aspetos negativos e positivos, as suas caraterísticas, dois tipos de MOOCS, os xMOOOCs e os cMOOOCs, apresenta-se a metodologia aplicada, os resultados obtidos no estudo e as respetivas conclusões.  
Palavras-chave: Educação online, flexibilidade, MOOCs, cMOOCs e xMOOCs
Abstract: This article aims to know what is meant by MOOCs and what is its function with regard to online education. Currently it is considered important to conduct MOOCs to world society. Because it's online courses, unlimited access, free, open and for which just connect to the Internet. At first, it seems something simple and very affordable, but if we ponder that is in the world that these courses are able to be accessed is not so simple, just think in countries where Internet access is difficult and especially costly. This study-cover topics such as the concept of MOOCs, its negative and positive aspects, its features, two types of MOOCS, the xMOOOCs and cMOOOCs the applied methodology is presented, the results obtained in the study and their respective conclusions 
Keywords: Flexibility, MOOCs, cMOOCs, xMOOCs and online education.
Introdução
Este artigo sobre “Os MOOCs e a educação online” tem como objetivo conhecer o que se entende por MOOCs e qual a sua função no que respeita à educação online.
Usou-se como base bibliográfica diversa documentação do autor Tony Bates, estudos realizados na Universidade Aberta de Portugal, no âmbito Modelo MOOC, “The International Review of Research in Open and Distributed Learning” e “eLearning Papers” nº 33 e 37.
É de relevar que a Universidade Aberta de Portugal (UAb.pt) “desenvolveu um modelo pedagógico específico para cursos abertos massivos online, tornando-se assim na primeira universidade no mundo a realizar o modelo iMOOC (imooc.uab.pt).
Neste estudo procura-se abordar o que se entende por MOOCs, os seus aspetos negativos e positivos, as suas caraterísticas e os diversos tipos de MOOCs. 
No que se refere à metodologia, trata-se de uma investigação feita a partir de textos de referência fornecidos pela coordenação do Mestrado.
Como conclusão constata-se que a abordagem dos MOOCs é recente, o que implica a necessidade de uma investigação cuidada e aprofundada o que não foi possível fazer, como se desejaria, num artigo de quatro páginas como este.

1. Enquadramento teórico

1.1. Noção de MOOCs

Entende-se por MOOCs os cursos abertos massivos online (MOOC - Massive Open Online Courses) que têm como objetivo criar uma ligação entre o mundo académico e a dinâmica social, nomeadamente no que se refere às empresas e aos empregadores. 
É através destes cursos que as Universidades preparam um elevado número de pessoas para o mercado de trabalho adquirindo novas competências para o mesmo. Trata-se de uma experiência de aprendizagem não-formal. 
Os MOOCs realizados pela UAb.pt, segundo Teixeira e Mota (2013) têm como base quatro pilares do Modelo Pedagógico Virtual (MPV): “a aprendizagem centrada no estudante, a flexibilidade, a interação e a inclusão digital”. Estes aspetos permitem que os estudantes possam estabelecer uma relação entre a aprendizagem autónoma e autodirigida com uma dimensão social, articulando a flexibilidade com a concretização do trabalho que desejam realizar.
Embora o tema sobre MOOCs seja relevante para o ensino na era digital, estes apresentam aspetos quer negativos quer positivos que são abordados em seguida.

1.2. Aspetos negativos dos MOOCs 

Abordar a questão dos MOOCs atualmente é uma questão ingrata, porque é um assunto recente e que tem sido pouco tratado. 
Segundo Bates (2014c) a maior parte das investigações sobre MOOCs provêm das informações dadas pelas universidades, através do número de matrículas nas plataformas comerciais como Coursera e Udacity. É relevante saber que os MOOCs constam de um fenómeno marcado, em parte, pelo discurso político e que não existem ainda provas concretas suficientes que permitam o seu esclarecimento.
Os MOOCs nem sempre são bem creditados pelos empregadores, pois tal como referem Christensen, M. e Weise, R. (2014), alguns empregadores consideram que nem estes cursos são proveitosos, nem tão pouco a formação adquirida pelos empregados que estudaram através desta modalidade. Por exemplo Gallup, citado por Christensen e Weise (2014), refere que noventa e seis por cento dos diretores académicos são do parecer que os MOOCs preparam convenientemente os alunos permitindo-lhes adquirir um bom trabalho, enquanto que só onze por cento dos empregadores consideram que os formandos com cursos MOOCs possuem competências “necessárias para o sucesso no mercado de trabalho”. É importante ter em consideração esta discrepância de valores que pode ser devida ao facto de, estes cursos não estarem ainda bem implementados.

1.3. Aspetos positivos dos MOOCs

Um aspeto que é importante evidenciar consiste no facto dos xMOOCs fornecerem gratuitamente conteúdos de alta qualidade das melhores universidades mundiais para qualquer pessoa, basta que esteja ligada à Internet. 
Neste sentido são uma oferta valiosa no que respeita a educação sobretudo para quem possui pouca flexibilidade, como é o caso dos adultos. No entanto, este método não é único no que respeita a educação aberta livre, mas é o que possui maior alcance, porque basta estar conectado com a Internet para ter acesso em qualquer parte do mundo. Pode-se pois dizer que os MOOCs são uma ferramenta para educação contínua e informal (Bates, 2014c).
Os MOOCs têm a vantagem de ser também uma oferta de aprendizagem para um ilimitado número de pessoas, que ultrapassa o de estudantes dos cursos formais, permitindo a aprendizagem num ambiente digital virtual e conduzindo à inclusão digital. Assim, desenvolvem-se aprendizagens pessoais integradas em comunidades online como as redes sociais. Facilita ainda a obtenção de competências necessárias para o progresso nos diversos trabalhos. Deste modo os MOOCs aprofundam os ideais da educação aberta e o acesso generalizado ao conhecimento.
Os MOOCs podem ser também um útil contributo para a educação contínua não-formal, no entanto é preciso verificar se garantem o sucesso dos estudantes, sobretudo dos que mais necessitam e se encontram empregados. Para responder a esta interrogação serão abordadas algumas caraterísticas dos MOOCs.

1.4. Caraterísticas dos MOOCs

Todos os MOOCs possuem algumas caraterísticas idênticas, embora para Bates (2014c) “o termo MOOC abrange uma gama cada vez maior de projetos”. Entre as caraterísticas que se evidenciam nos MOOCs são de destacar as seguintes:
Online – a aprendizagem online baseada em créditos está cada vez mais expandida nas universidades. De acordo com Allen e Seaman (citado por Bates, 2014c) as matrículas nos cursos online estão entre um quarto e um terço de todas as matrículas universitárias nos EUA. É ainda de referir que as matrículas online têm vindo a aumentar cerca de dez a vinte por cento ao ano, nos últimos quinze anos, enquanto que as matrículas para as aulas presenciais têm crescido apenas dois a três por cento ao ano. Nos EUA existem aproximadamente sete milhões de estudantes que estudaram através de cursos totalmente online (Bates, 2014c). Pode-se portanto dizer que a aprendizagem online é uma componente essencial em muitas universidades.
Massivos – Coursera, após três anos do lançamento dos MOOCs, possui sete milhões e meio de inscrições. É no entanto preciso ter presente que os elevados números de pessoas que se inscreveram nos primeiros MOOCs nem sempre continuaram a sua inscrição nos anos seguintes, embora os números sejam ainda bastante elevados em relação ao ensino presencial. (Engle, 2014, citado por Bates, 2014c).
Os MOOCs não possuem limite de inscrições e o custo de cada estudante é praticamente nulo para as universidades que os promovem (Bates, 2014c). O seu contínuo crescimento tem atraído a atenção dos governos. 
Abertos – a acesso aos MOOCs é livre, embora atualmente um elevado número de MOOCs estipule um preço para a realização da avaliação e para a obtenção do certificado. Destaca-se ainda que os MOOCs não são completamente abertos, porque por exemplo Coursera possui direitos sobre os materiais que não podem ser reaproveitados nem reutilizados sem autorização e são retirados após o fim do curso. Além disso é Coursera que decide quais as instituições que podem sediar MOOCs nas suas plataformas, verificando-se assim que não é um acesso aberto para as instituições. 
EDX é também uma plataforma online aberta, mas onde qualquer instituição pode desenvolver os seus próprios MOOCs seguindo as regras alusivas aos direitos sobre os materiais produzidos no e para o curso.
Cursos – uma caraterística que diferencia os MOOCs de outros recursos educativos abertos é o facto de serem organizados em cursos completos. Este aspeto não é claro para os intervenientes, pois não obstante os MOOCs ofereçam certificados que comprovam a conclusão bem sucedida do curso, até à data, não têm sido aceites admissões por parte das instituições que oferecem os mesmos MOOCs. O que faz com que os MOOCs sejam únicos é o facto de possuírem uma expansão massiva, serem abertos, online e gratuitos para os intervenientes.

1.5. Tipos de MOOCs

Segundo Bates (2014a) os cursos MOOCs iniciais possuíam projetos semelhantes aos MOOCs atuais. No entanto, existem “duas posições filosóficas subjacentes xMOOCs e cMOOCs” o que permite olhar para cada modelo de design separadamente.
xMOOCs são os mais comuns e os seus  instrutores têm uma certa flexibilidade na conceção do curso. Foram realizados inicialmente por professores da Universidade de Stanford e Harvard baseando-se num modelo de transmissão de informação, por vídeos online com registos de palestras curtas, testes automatizados e uma avaliação feita por computador e/ou através da revisão por pares. Estes MOOCs são oferecidos através de plataformas de software baseados no Coursera, Udacity e EDX. Não há quase nenhuma interação entre o participante e o instrutor responsável pelo curso.
cMOOCs baseiam-se na aprendizagem em rede que se desenvolve através de meios de comunicação social aberto, das conexões e discussões entre os participantes. Não há plataforma de tecnologia padrão para cMOOCs, pois utilizam uma combinação de webcasts, blogs, tweets, software e fóruns de discussão on-line. O currículo não é pré-estabelecido, assim como qualquer relação entre instrutor e aluno. Os participantes aprendem a partir das contribuições uns dos outros, do conhecimento criado a partir da comunidade e da auto-reflexão sobre as próprias contribuições. Não há nenhuma tentativa de avaliação formal.

2. Metodologia usada nos estudos

A metodologia utilizada neste estudo consta de uma pesquisa bibliográfica exploratória, a qual se iniciou com a caraterização do problema e da sua definição que neste estudo consiste em conhecer o que se entende por MOOCs e qual a sua função no que respeita à educação online. Relativamente à pesquisa bibliográfica esta permitiu adquirir um certo conhecimento científico sobre o tema e quanto ao aspeto exploratório proporcionou uma maior familiaridade com a questão e um levantamento bibliográfico sobre a mesma.

3. Resultados obtidos nos estudos

Dos estudos investigados constata-se que os MOOCs são um modelo ainda recente que necessita de um grande aprofundamento. No entanto, quanto à sua utilidade existem opiniões distintas, pois enquanto autores como Clayton Christensen (2010), citado por Bates (2014b) referem que os MOOCs são um modelo tecnológico que “vai mudar o mundo da educação”, outros argumentam que os MOOCs não são um grande negócio, mas apenas uma versão mais moderna de radiodifusão educativa, e não afetam os fundamentos básicos da educação nem abordam o tipo de aprendizagem necessária para o século XXI.
Este estudo foi ao encontro dos objetivos propostos, pois permitiu adquirir conhecimentos sobre o que se entende por MOOCs, o quanto são importantes no que respeita a sua função na educação online, sobretudo para as empresas que desejam atualizar as competências dos seus funcionários e no âmbito social em que as pessoas podem aprofundar e alargar os seus conhecimentos o que contribui para a sua realização.
4. Conclusões/ Considerações Finais
MOOCs são cursos abertos, flexíveis, online, gratuitos, de acesso ilimitado e que podem ser acedidos por qualquer pessoa no mundo, bastando para isso que esteja conetada com a Internet. Devido a estas caraterísticas os MOOCs ultrapassam os cursos online, promovidos pelas universidades, os quais têm um custo por vezes elevado não permitindo o acesso a qualquer pessoa.
Assim, conclui-se que os MOOCs podem ser uma solução para a formação de um número ilimitado de pessoas a nível mundial que desejam atualizar os seus conhecimentos quer seja para progressão nas carreiras quer seja para a aquisição de novas competências.
Uma dificuldade que se manifesta nos MOOCs refere-se ao facto da inexistência na sua estrutura de um sistema avaliativo, o que implica que qualquer estudante que deseje ser avaliado tenha que pagar um custo, por vezes, elevado o que poderá dificultar ou até impedir a concretização dessa avaliação e a inerente obtenção do respetivo certificado. 

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