domingo, 14 de dezembro de 2014

Modelos de Educação a Distância

Fundamentos do Ensino a Distância
Tony Bates pioneiro e impulsionador do Ensino a Distância

Segundo Bates (1999) é preciso compreender os pontos fortes e fracos das diferentes tecnologias e os requisitos necessários para que a sua aplicação seja eficaz, de modo a poder promover o acesso e satisfazer as necessidades dos estudantes de forma flexível e aberta.
Este aspeto é importante devido ao rápido desenvolvimento da tecnologia das comunicações. De facto, a tecnologia proporciona aos estudantes e aos governos a capacidade de transformar de forma radical todo o sistema educativo, e em nenhuma parte é tão certo este aspeto como no ensino aberto à distância. Também é importante uma compreensão do sistema e dos requisitos operacionais para que haja êxito na aplicação da tecnologia na educação e capacitação.
Bates (1999) apresenta algumas premissas sobre a tecnologia e a tomada de decisões, entre as quais destaca:
- As novas tecnologias como os computadores e as videoconferências, não são melhores ou piores para o ensino-aprendizagem do que as antigas tecnologias como seja os textos e a televisão. São só diferentes entre si, por isso necessitamos de compreender as diferenças e as circunstâncias apropriadas para a sua aplicação e como a vamos utilizar para ensinar e poder aprender eficazmente.
- A escolha da tecnologia deve ser feita segundo as necessidades dos estudantes e o contexto de trabalho e não pela novidade.
- As lições aprendidas no passado com tecnologias antigas são ainda importantes para as tecnologias mais novas.
- Cada vez que em educação surge uma nova tecnologia esta converte-se na última moda, de onde resulta que é a referida tecnologia que vai revolucionar o ensino. Muitas vezes, as pessoas desconhecem o que aprenderam em contextos anteriores e ignoram, por exemplo a necessidade de reorganizar e reestruturar o ensino, de modo a poder explorar ao máximo a nova tecnologia.
- Existe uma relação direta entre a aplicação da tecnologia e as diferentes ideologias de ensino-aprendizagem. A eficácia de uma tecnologia não pode ser decidida sem haver primeiro os conhecimentos básicos relativamente aos conceitos de ensino e aprendizagem.
- Pode-se ainda dizer que é fácil ficar seduzido pela atração que tem a tecnologia mais recente, porém é de notar que as tecnologias não se difundem de forma equitativa e todas ao mesmo tempo. Inclusive em países industriais mais avançados haverá alguns grupos que enfocam a educação a distância (EaD) e têm acesso só à imprensa, à televisão e talvez ao telefone. Por outro lado, em certos países em desenvolvimento muitas das novas tecnologias ultrapassam os aspetos referidos anteriormente. Por esta razão, Bates dá a mesma atenção a cada tecnologia para a EaD, sem valorizar tanto a data da sua criação.
A EaD é uma das poucas áreas da educação onde a tecnologia tem sido fundamental para o trabalho do docente. Uma das caraterísticas das instituições de EaD é que estão focadas especificamente e estruturadas, de modo a explorar o custo e os benefícios educativos da tecnologia.
A EaD e o ensino aberto são uma prova que permite compreender o potencial e as limitações da variedade de tecnologia na educação.
É ainda de referir que a EaD encontra-se no limite ao aplicar a tecnologia à educação. Assim, os avanços tecnológicos estão a tornar cada vez mais insignificante a diferença entre a educação convencional e a EaD. A tecnologia terá repercussões em todas as instituições educativas e mudará a sua natureza.
História ou início da EaD
A epístola de São Paulo aos Coríntios poderá ser considerada a primeira forma de EaD. No entanto, esta no sentido moderno começou no século XIX com o estabelecimento de alguns colégios comerciais por correspondência, o qual foi possível através do desenvolvimento de um serviço postal, rápido e seguro.
Durante muitos anos as pessoas que viviam no estrangeiro puderam apresentar os eus exames na Universidade de Londres, porque estudavam por correspondência.
Muito antes da Segunda Guerra Mundial, os campos universitários da América do Norte ofereciam serviços externos a adultos que viviam e trabalhavam longe da Universidade.
Geralmente e apesar do sucesso de alguns estudantes, a educação por correspondência não tinha boa fama, visto caraterizar-se por possuir elevadas taxas de abandono e baixas taxas de aprovações.
Em 1969 a criação da British Open University, marcou de duas maneiras uma separação no desenvolvimento da EaD. Não só foi a primeira instituição estruturada única e especificamente para a EaD por graus, mas também foi estruturada como uma instituição de ensino que utiliza diversos meios, combinando de modo integrado os textos impressos, a transmissão e o ensino ao vivo. O seu orçamento anual de negócio é de quase 100 milhões de libras esterlinas (150 milhões de dólares) e forma 9% dos estudantes não graduados na Grã-Bretanha por ano a um custo que representa 5% do orçamento de operacionalização para as universidades. Este aspeto reflete o potencial de uma elevada inversão relativamente ao aumento de produção no ensino com apoios tecnológicos.
A difusão da educação superior para adultos, a distância e através do uso da tecnologia, por parte da Open University, produziu uma organização bastante diferente das universidades convencionais. Portanto, é um excelente exemplo das mudanças estruturais de organização necessárias para a aplicação sistemática a grande escala da tecnologia em educação.
Diferença entre Ensino Aberto e EaD
Embora os termos se empreguem para designar um mesmo aspeto, apresentam algumas diferenças:
O ensino aberto é principalmente uma meta ou uma política educativa: consiste em ensinar de um modo flexível, sem limitações geográficas, sociais e de tempo, ao contrário do que se verifica numa instituição educativa.
A EaD é um meio que tem esse objetivo: é uma forma mediante a qual os estudantes podem estudar de maneira flexível, longe do autor do material pedagógico; de acordo com a sua disponibilidade de tempo, num lugar de sua preferência e sem contato com o professor.
O ensino aberto pode incluir a educação a distância ou depender de outras formas flexíveis de ensino, inclusive uma combinação de estudo independente e de ensino ao vivo. Também pode incluir outros conceitos, como acesso aberto sem pré-requisitos.
Tanto a EaD como a aberta nunca se encontram nas suas formas puras. Nenhum sistema de ensino é totalmente aberto e poucos estudantes estudam sempre sozinhos. Por conseguinte, há graus de abertura e de distância. É mais provável que a distância seja psicológica ou social em vez de ser geográfica na maioria dos casos.
Embora o ensino aberto e a EaD possam significar diferentes coisas, o único aspeto que têm em comum consiste na tentativa de proporcionar meios alternativos, permitindo uma alta qualidade na educação e formação para as pessoas que não podem ou não querem assistir a instituições convencionais.
 Referência bibliográfica
Bates, A. W. (1999). La tecnologia en la enseñanza abierta y la educación a distancia. México: Trillas. Recuperado em 8/12/2014 de http://www.facmed.unam.mx/emc/computo/infoedu/modulos/modulo2/material2a.pdf

Segue apresentação do trabalho realizado em grupo sobre Tony Bates 




terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Mestrado em Pedagogia do E-Learning

Com este blog proponho-me partilhar documentos e conhecimentos relativos às Unidades Curriculares do Mestrado em Pedagogia do Elearning promovido pela Universidade Aberta durante os anos 2014-2016.

Educação e Sociedade em Rede



O FENÓMENO DA CIBERCULTURA



O primeiro documento que desejo apresentar insere-se na Unidade Curricular Educação e Sociedade em Rede e consiste numa breve análise do livro de Pierre Lévy sobre o "Cibercultura", um comentário sobre a noção de cibercultura defendida pelo autor e ainda a apresentação de três exemplos significativos.




O livro sobre Cibercultura de Pierre Lévy (2000) trata de questões relacionadas com a cibercultura; as alterações que a cibercultura gera na educação e na formação; as formas artísticas expostas pelos computadores e as redes sociais; o desenvolvimento do ciberespaço, como este afeta o espaço urbano e a organização do território, e ainda as implicações culturais das novas tecnologias.
A obra divide-se em três partes: Definições, Proposições e Problemas.
Em definições, Lévy reflete acerca do impacto das tecnologias sobre a construção da inteligência coletiva, cujo termo, devido às suas contradições, foi denominado pelo autor como “veneno e remédio da cibercultura”. O autor refere ainda que a sociedade está condicionada, mas não determinada pela técnica e prossegue dando especial destaque à potencialidade interativa do ciberespaço.
A comunicação por mundos virtuais é, portanto, em certo sentido, mais interativa que a comunicação telefónica, uma vez que implica, na mensagem, tanto a imagem da pessoa como a da situação, que são quase sempre aquilo que está em jogo na comunicação (Lévy, 1999: 81).
Relativamente às proposições que corresponde à segunda parte do livro, o autor centra as suas atenções na cibercultura, compreendida segundo diversas perspetivas: a essência, o movimento social, o som, a arte. E emana ainda considerações sobre a nova relação com o saber, a partir da cibercultura, assim como as consequências que se verificam na educação, na formação e na construção da inteligência coletiva.
Quanto à terceira parte do livro referente aos problemas o autor assinala que “não há um impacto automático ou predeterminado das novas tecnologias sobre a sociedade e a cultura”. Sabe-se que o ciberespaço constitui um campo de batalha não só para os industriais da comunicação como também para o dos programas. Existe ainda uma outra visão que se relaciona com a do movimento social que propaga a cibercultura, inspirado pelo desenvolvimento das trocas de saberes, das novas formas de cooperação e de criação coletiva nos mundos virtuais.
Segundo Lévy (1999) o melhor uso que possa ser feito dos instrumentos de comunicação com suporte digital consiste na conjugação das inteligências e das imaginações humanas. A inteligência coletiva é uma inteligência variada, distribuída por todos os lugares, constantemente valorizada, a sua finalidade é colocar os recursos de grandes coletividades ao serviço das pessoas e dos grupos, por isso pode-se dizer que se trata de um projeto humanístico, porque está ao serviço da pessoa que utiliza os devidos instrumentos de comunicação.
O autor reitera as vantagens do ciberespaço, ao afirmar que o mesmo se ergue em meio a atividades espontâneas, descentralizadas e participativas. O ciberespaço pode ser considerado uma virtualização da realidade, uma migração do mundo real para um mundo de interações virtuais. Diz ainda que o ciberespaço envolve alterações profundas na nossa maneira de pensar, de dar sentido ao mundo, de nos relacionarmos uns com os outros e de organizar a sociedade, ou seja, uma nova abordagem do conhecimento que para ser transmitido é preciso que cada individuo refaça a sua experiência, recriando o mundo a partir do seu ponto de vista.
Assim, ao constituir-se em um novo espaço de sociabilidade, estabelecem-se novas formas de relações sociais com códigos e estruturas próprias.
Como conclusão, Lévy (2000) refere que a cibercultura consubstancia-se como elemento inerente à terceira etapa da evolução humana, a qual consiste num movimento social e cultural que se encontra subjacente às novas tecnologias, que possibilitam o acesso a comunidades no espaço eletrónico virtual através da utilização da Internet e de outras tecnologias de comunicação, permitindo assim uma maior aproximação entre as pessoas, independentemente da distância a que se possam encontrar.
Pode-se dizer que a cibercultura é a cultura contemporânea fortemente marcada pelas tecnologias digitais entre as quais se podem enumerar: home banking, cartões inteligentes, voto eletrónico, inscrições e pagamentos via Internet, blogs, jogos online, entre outras, o que prova que a cibercultura está presente na vida quotidiana de cada individuo.


Relativamente aos três exemplos de cibercultura solicitados apresento os seguintes:

Correio eletrónico (E-mail)

O correio eletrónico (também conhecido por e-mail, é a forma abreviada do termo inglês electronic mail) é um serviço que permite trocar mensagens através de sistemas de comunicação eletrónicos. O conceito é principalmente usado para fazer alusão ao sistema que proporciona este serviço através da Internet mediante o protocolo SMTP (Simple Mail Transfer Protocol), mas também permite fazer referência a outros sistemas similares que recorrem a várias tecnologias. As mensagens de e-mail possibilitam o envio, não só de textos, como de qualquer tipo de documento digital (imagens, vídeos, áudios, etc.).
O funcionamento do e-mail é semelhante ao do correio postal (tradicional). Ambos permitem enviar e receber mensagens, as quais chegam ao destino graças à existência de um endereço. O e-mail também tem as suas próprias caixas de correio que são os servidores que guardam temporariamente as mensagens até que o destinatário as reveja.
O serviço de e-mail é prestado sob duas modalidades: aquela conhecida por correio web ou webmail, em que as mensagens são enviadas e recebidas através de uma página web concebida especialmente para o efeito e o serviço através de um cliente de e-mail, que consiste num programa de computador que permite fazer a gestão das mensagens recebidas e redigir novas.


Redes sociais



O conceito de rede social adquiriu a sua importância recentemente e a sua expressão associa-se a nomes como Facebook, Twitter, entre outros.
Uma rede social é uma estrutura social formada por pessoas ou entidades unidas entre si, por um ou vários tipos de relações, que partilham valores e objetivos comuns através da Internet.
No entanto, o seu significado é bastante mais amplo e complexo, visto que a partir destas redes sociais têm-se desenvolvido teorias de diferentes tipos que procuram explicar o seu funcionamento e servem de base para o seu progresso.
Com a Web 2.0, as redes sociais na Internet passaram a ocupar um lugar relevante no que respeita as relações pessoais e são um novo modo de usar e entender a Internet.


Jogos online


Os jogos online são jogos onde participam pessoas todas ao mesmo tempo, a partir de diferentes computadores, transformando-se numa batalha virtual entre os jogadores.
O facto de ser online quer dizer que se joga através de uma linha de Internet, isto é em tempo real e através de uma rede.
A maior parte dos jogos online são sobre guerras onde as personagens são os jogadores. No entanto, existem outros jogos online que são menos violentos, mas estes atraem menos público.
Presentemente, os jogos online podem-se jogar com ou sem Internet. Quando não há ligação à Internet pode-se jogar com uma rede local, basta para isso possuir o equipamento ou harware necessário e que o sistema dos computadores esteja ligado à rede.
Os jogos online que se realizam através da Internet são os mais utilizados, porque pode-se jogar com qualquer pessoa que esteja ligada ao servidor. Por exemplo, se uma pessoa está nos Estados Unidos e outra na China e ambas estão ligadas ao mesmo servidor, estas pessoas e muitas outras podem partilhar o mesmo jogo.

Referências bibliográficas
Cibercultura. Recuperado em 30/11/2014 de http://pt.wikipedia.org/wiki/Cibercultura
Conceito de correio eletrónico. Recuperado em 30/11/2014 de http://conceito.de/correio-electronico.
Lévy, Pierre (2000). Cibercultura. Lisboa: Instituto Piaget.
Lévy, Pierre (1999). Cibercultura. São Paulo: Editora 34. Recuperado em 30/11/2014 de http://www.unifai.edu.br/upload/aula/Cibercultura-Pierre-Levy%20.pdf
Mis respuestas.com. Qué son los juegos online o en línea? Recuperado em 1/12/2014 de http://www.misrespuestas.com/que-son-los-juegos-online.html
Ponce-Kidatiza, I. (2012). Monográfico: redes sociales – Definición de redes sociales. Internet – Web 2.0. Recuperado em 1/12/2014 de http://recursostic.educacion.es/observatorio/web/eu/internet/web-20/1043-redes-sociales?start=1

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Sociedade em Rede - uma definição colaborativa

SOCIEDADE EM REDE
- Uma definição colaborativa -

Este é um trabalho que pretende definir o conceito de “sociedade em rede” tal como é entendido na atualidade, nas suas diferentes conceções, bem como distingui-lo de sociedade da informação e do conhecimento.
Os seres humanos são sociais na sua essência, têm necessidade de se relacionar e de expandir as suas relações, procurando resolver necessidades afetivas, físicas e materiais. Não surpreende, assim, que o Homem opte por viver em grupos, nos quais desenvolve elos complexos de interdependência comercial, ideológica, religiosa, etc. Sempre vivemos em rede de uma ou de outra forma e, neste sentido, o próprio conceito de sociedade se confunde com rede.
Sociedade em rede, no entanto, corporiza um novo paradigma de relações sociais que, embora assentes em nós relacionais que constituem uma trama semelhante às anteriores, se servem de uma teia com características extremamente distintas que, em si, conferem um padrão totalmente diferente ao tecido relacional.   
Se antes este esquema social padecia de restrições espácio-temporais e se tecia num tear de pequenas dimensões, atualmente o tear atingiu uma escala planetária e deixou de se submeter a qualquer tipo de restrição. Se o processo envolvia essencialmente uma rede de contactos locais e as permutas eram lentamente efetivadas de forma pessoal e com um acesso temporal e espacialmente restrito à informação, hoje o processo é quase instantâneo e de caráter global graças aos desenvolvimentos na área das comunicações, especialmente a Internet.

Sociedade em Rede 
"A revolução da tecnologia da informação e a reestruturação do capitalismo introduziram uma nova forma de sociedade, a sociedade em rede" (M. Castells)
                                                                             SR
                                                                       (Titulo: Huge Social network visualization de Elner Von Denen)
Sociedade e Rede são dois termos que se conjugaram para definir o recém sistema relacional das comunidades do século XXI. Importa, pois, perceber a abrangência destes vocábulos e deslindar a forma como, tendo-se fundido, se redimensionam para cunhar o conceito completamente novo de sociedade em rede.
A definição de Sociedade não é simples nem linear tal como não é simples nem linear a própria estrutura social. Trata-se de um sistema relacional interdependente composto por todos os seres humanos que, ocupando um determinado espaço num determinado tempo, partilham diferentes traços de união entre eles (interesses, culturas, família, vizinhança, trabalho, origens, opções políticas, tradições, etc), elementos que determinam a sua forma de organização e relacionamento. Rede, no sentido que aqui importa destacar, designa uma estrutura em que vários elementos se entrelaçam, formando uma malha. Sociedade e Rede são, por isso, termos que à partida se harmonizam, considerando que o tecido social é, em si, uma rede e sobrevive nesses elementos relacionalmente enredados. A atualidade, no entanto, trouxe uma nova rede à rede.
As sociedades sempre viveram em rede, ou em redes, e a comunicação, condição necessária para a vivência em comunidade, foi acompanhando e dando respostas às necessidades destas redes sociais. Com a transição do modelo económico capitalista para o modelo económico neoliberal, a sociedade passou a caracterizar-se por contínuos avanços científicos que proporcionaram uma forte globalização económica e cultural. A Internet e as modernas tecnologias de comunicação passaram a permitir que a informação circulasse em grandes quantidades, sem restrições de fronteiras e em curtos espaços de tempo. Neste contexto, Bernstein (1996) enfatizou que a transição se processou de uma sociedade baseada em recursos físicos (matérias - primas, força de trabalho, instalações etc.) para uma sociedade fundada em informação e conhecimento. Castells (2005), por seu lado, observou que o avanço tecnológico mais recente proporcionou um aumento exponencial do efeito de rede no esquema social ao interligar pessoas numa transcendência geográfica e temporal. A expansão permanente das novas tecnologias, que permitiu o aumento significativo da comunicação a nível local e global, tornou possível a interatividade de muitos para muitos, e a sociedade tem sucessivamente incorporado esta ferramenta na sua dinâmica, transformando-se.
Neste contexto, o vocábulo rede tornou-se mais abrangente, de acordo com Guerreiro (2006:317), rede é, também, a difusão de informação que se produz localmente com a perspetiva de se propagar globalmente através diferentes meios de comunicação, a partir de protocolos alfanuméricos de interoperabilidade que possibilitam a Internet tal como a conhecemos. Em consequência, a relação social também se tornou mais abrangente e transformadora, não surpreende, pois, que a determinado momento a palavra Sociedade pareça insuficiente para exprimir a nova realidade e o vocábulo Rede demasiado presente para se confundir com a tradicional relação social.
Castells (2005) cunha o conceito de sociedade em rede para exprimir as novas dimensões desta estrutura social mais recente que, associada à emergente era digital, substitui gradualmente a sociedade da era industrial. O conceito, tal como o define, abrange as diferentes dinâmicas de relações humanas que, ao contrário das dinâmicas anteriores, contam com uma teia tecnológica de caráter digital, suportada e estimulada pela Internet, para colocar o conhecimento e a informação em movimento, possibilitar permutas e criações constantes, a uma escala planetária e sem constrangimentos. Se este recente esquema relacional não surge por causa da tecnologia mas devido a imperativos de ordem social, sem a tecnologia informática de redes de comunicação ela não poderia existir tal como a conhecemos. Assim, a sociedade em rede é a estrutura social baseada em redes operadas por tecnologias de comunicação e informação fundamentadas na microeletrónica em redes digitais de computadores que geram, processam e distribuem informação a partir de conhecimentos acumulados nos nós dessas redes (Castells e Cardoso, 2005:20). A fluidez reticular, a flexibilidade, a expansão e transformação permanentes são traços determinantes deste novo mundo desterritorializado.
Para Minconi (2008, p.153-154) a sociedade em rede é a generalização de uma lógica em rede que substitui os tradicionais modelos verticais de domínio por um esquema horizontal. Di Felice (2008, p.57-58) apelida-a de "sociedade a código aberto", considerando que nela se constroem conteúdos e há uma apropriação do mundo através das tecnologias digitais. Segundo Rodrigues (2005), todos os que vivem em sociedade estão, de alguma forma, a incorporar um espaço público de uma relação, de uma rede e ter consciência disso é um passo em direção à cidadania inquieta, à possibilidade de escolha entre contribuir mais ativamente para o desenvolvimento da comunidade ou não, entre ter um comportamento responsável ou não diante da coletividade. Entender que o homem vive e constrói a sociedade em rede é perceber que nela o conhecimento gera poder - o poder da escolha e da transformação.
As potencialidades e o poder transformador deste fenómeno de reticularização não deixam, inevitavelmente, de ter traços paradoxais. Castells, em Castells e Cardoso (2005:18), relembra que “a sociedade em rede [se] difunde por todo o mundo, mas não inclui todas as pessoas.” A reflexão remete para duas realidades diferentes mas igualmente preocupantes: por um lado o acesso às ferramentas que dinamizam os novos movimentos sociais é desigual, o acesso no sentido físico mas também no sentido das competências; por outro a apropriação das ferramentas nem sempre tem o potencial transformador incorporado pois, tal como refere Silverstone (citado em Castells e Cardoso, 2005:31) “sendo a Internet uma tecnologia, a sua apropriação e domesticação pode também ocorrer de forma conservadora e assim actuar apenas enquanto propiciadora da continuidade da vida social tal como ela se encontrava pré-constituída.”
Aquilo que na sociedade em rede pode significar uma vantagem massiva e inclusiva, pode, de igual modo, resultar na massiva exclusão social e no congelamento do futuro. A difusão e acesso desiguais às tecnologias bem com a deficiente apropriação das novas ferramentas criam constrangimentos que devem ser pensados e incorporados na rede de otimização do tecido social do século XXI.

A Sociedade em Rede e a Sociedade da Informação e do Conhecimento
A sociedade em rede consubstancia-se no novo ambiente social e tecnológico – era digital, permitindo a comunicação a nível local e global e a expansão permanente das novas tecnologias trazendo um aumento significativo de interatividade de muitos para muitos.
Porém, não significa o mesmo que sociedade da informação e do conhecimento. Esta corresponde à sociedade com novas capacidades de (re) organização recorrendo às tecnologias da informação e da comunicação com actividades que têm por base as redes de comunicação digital. O desenvolvimento das tecnologias traz alterações profundas: globalização, aceleração e instantaneidade da circulação da informação, a realidade mediatizada pela tecnologia, dando origem ao homo digitalis.
Miranda (2000) citado por Lima e Santine (2008:41) afirma que o fenómeno que melhor caracteriza este funcionamento em rede é a convergência progressiva que ocorre entre produtores, mediadores e usuários em torno dos recursos, produtos e serviços de informação. O alcance dos conteúdos é potencialmente universal, resguardadas as barreiras linguísticas e tecnológicas.
O conceito de Sociedade da informação é tratado por diversos autores, sob óticas diferentes, convergindo na mesma ideia. Segundo Castells (2002) “A Sociedade de Informação é um conceito utilizado para descrever uma sociedade e uma economia que faz o melhor uso possível das Tecnologias da Informação e Comunicação no sentido de lidar com a informação, e que toma esta como elemento central de toda a atividade humana”.
Sendo assim, falar da sociedade da informação é referenciar-nos a uma sociedade em que o intercâmbio de informações é a atividade social predominante. Fazendo uso de todas as tecnologias disponíveis, os indivíduos que compõem esta sociedade processam, armazenam, selecionam e usam ferramentas que facilitam a comunicação e a troca de experiências entre si, tendo como resultado a construção de novos conhecimentos.
Segundo Borges (2004) “O Conhecimento por ser, em grande parte, resultado da partilha coletiva de significados, é necessariamente construído em sociedade promovendo valores como a colaboração, a partilha e a interação, independentemente de qualquer tipo de filiação ou pertença.”
De acordo com Sorj (2003) citado por Silva et al. (2010:218) sociedade do conhecimento seria um tipo de sociedade que se volta para certo tipo de conhecimento, "o conhecimento científico", a partir do qual se desenvolve a capacidade de inovação tecnológica, principal motor da expansão económica no mundo contemporâneo.
Por outro lado, Tedesco (1999) aborda a questão da produção do conhecimento científico e a normatização da veiculação deste conhecimento produzido de um para muitos. O autor chama atenção para o “surgimento de conflitos que levam à necessidade da criação de acordos e legislação para proteger os direitos da propriedade intelectual”.
Sobre a relação entre Sociedade da Informação e Sociedade do Conhecimento, o subdiretor geral da UNESCO para a Comunicação e Informação, Abdul Wheed Khan, declara: “Sociedade da Informação é o tijolo para construir o edifício da Sociedade do Conhecimento”. Nesse sentido, percebe-se que o conhecimento se constrói a partir das informações socializadas pelos produtores intelectuais, isto é, dos produtores do conhecimento científico.  Logo, tal conhecimento se não for expandido para outros sujeitos, torna-se inútil. De nada valeria uma produção científica que tivesse um fim em si mesma.
De acordo com Castells (1999), a estrutura social de uma sociedade em rede resulta da interacção entre o paradigma da nova tecnologia e a organização social num plano geral. A comunicação em rede transcende fronteiras, a sociedade em rede é global, é baseada em redes globais. Então, a sua lógica chega a países de todo o planeta e difunde-se através do poder integrado nas redes globais de capital, bens, serviços, comunicação, informação, ciência e tecnologia.
Castells (1999), afirma que a sociedade em rede também se manifesta na transformação da sociabilidade. O que nós observamos, não é o desaparecimento da interacção face a face ou o acréscimo do isolamento das pessoas em frente dos seus computadores. Sabemos, pelos estudos em diferentes sociedades, que a maior parte das vezes os utilizadores de Internet são mais sociáveis, têm mais amigos e contactos e são social e politicamente mais activos do que os não utilizadores. Além disso, quanto mais usam a Internet, mais se envolvem, simultaneamente, em interacções, face a face, em todos os domínios das suas vidas. A sociedade em rede é uma sociedade hipersocial, não uma sociedade de isolamento.
Assim sendo, sociedade em rede é uma entidade que transcende categorizações atribuídas à Sociedade da Informação, à Sociedade do Conhecimento ou à Sociedade da Informação e do Conhecimento.

Sociedade em Rede: o impacto na sociedade actual
A Internet é um meio de comunicação interactivo, diferente dos restantes meios de comunicação, na medida em que pressupõe uma interactividade e exige maior participação por parte do “receptor”, que é cada vez mais, em simultâneo, “emissor”(Castells, 2003).
As múltiplas transformações introduzidas pelas tecnologias digitais podem causar mudanças subjetivas comparáveis àquelas causadas pela Revolução Industrial ao longo dos séculos XIX e XX (Silveira, 2004, citando Nicolaci-da-Costa (2002c). Para Castells (2003) pela primeira vez na história existe uma capacidade em massa de comunicação que não é intermediada por empresas ou pelos mass media. A “Sociedade em Rede” é fruto dessas transformações, económicas, tecnológicas, sociais e culturais que se verificaram neste fenómeno que é a globalização e que abrangem todas as camadas sociais em todas as regiões do mundo.
Segundo Castells (2008) o ciberespaço é a sociedade em rede, aldeia global, um cenário dinâmico baseado no fluxo e troca de informação, capital e cultura. Existe nela uma diversidade de produtos e serviços que provocam uma mudança no quotidiano de todos os segmentos, social, cultural, económico, político e educacional (Carpes, 2001).
nível social, as pessoas, tendem a usar a Internet para atividades similares às existentes antes do advento dessa tecnologia: enviar e receber email em substituição das ligações telefónicas e ao correio tradicional e para obter notícias, pesquisar informações, fazer compras e divulgar atividades profissionais. Por outro lado, crianças, adolescentes e adultos mais jovens adotam novos usos para a Internet. Eles usam-na para a formação de novas relações de amizade e amorosas e para se integrarem em grupos virtuais, que funcionam como os grupos da vida real (Clay, 2000; Gonçalves, 2000; Kraut et al., 2003; Nicolaci-da-Costa, 2002a e 2002b). Podemos afirmar que qualquer tipo de relacionamento está cada vez mais articulado pela ligação em rede, desde o surgimento de novas amizades ao encontro entre pessoas fisicamente distantes (Silveira, 2004).
nível económico, diversificam-se e multiplicam-se os fluxos de informações financeiras e comerciais em todo o planeta, segundo Moraes (2003), citado por Carpes (2001). A globalização também leva a fusões e reestruturações de empresas, mudanças de capital e de unidades de produção para outros países onde a mão-de-obra é mais barata, sendo a gestão feita a nível central. Estes fluxos impulsionam mudanças no modelo organizacional que somente se tornam possíveis através de tecnologias de comunicação e softwares integrados através da Internet (Moraes, 2003, p. 193).
No trabalho verificam-se modificações a nível da sua estrutura, organização e forma (Levy, 2003; Castells, 2000), que são caracterizadas pelo surgimento de novos postos de trabalho, cargos que são mais flexíveis e com capacidade de adaptação tanto no local como no desenvolvimento do mesmo. Consequentemente verificam-se novas exigências no que diz respeito à procura de trabalhadores, que devem ser cada vez mais especializados. Terêncio e Soares (2003) avaliam a Internet como uma ferramenta útil para o desenvolvimento da identidade profissional (Silveira, 2004).
A influência da Sociedade em Rede na Cultura Local e Global, é uma questão que tem levantado algumas questões, pois esta cultura global não está limitada ao individualismo, ao materialismo e consumismo. Também dela fazem parte a democracia, os direitos humanos, a igualdade e a liberdade individual (Morin, 2002). Carpes (2011) levanta uma questão importante colocada por Arnett (2002): estes valores estão longe de serem universais, uma vez que estão “centrados na liderança de países industrializados do Ocidente e, muitas vezes, entram em conflito com as culturas locais”. As pessoas adoptam, de certa forma, esta cultura global como complemento à sua cultura local antagonizam-se a ela.
Segundo Hargreaves (2003) “A sociedade do conhecimento é uma sociedade de aprendizagem” (Lisbôa, et al. 2011). A produção de conhecimento depende da capacidade de adaptação do individuo às mudanças emergentes, continuando a aprender de forma autónoma e colaborativa. Esta capacidade de aprendizagem ao longo da vida é, segundo Fisher (2000), o aspecto “mais central na construção da nova ordem social”. Neste contexto surgem novas questões e responsabilidades à escola/ educação, que enfrenta desafios na forma de ensinar (e aprender) nesta nova sociedade em que a criatividade e a inovação determinam o sucesso da economia.
A utilização de redes sociais na educação tem gerado forte controvérsia. Defendidas por uns, e contestadas por outros, a verdade é que a sua eficácia e impacto são inquestionáveis e a escola não se pode alhear dessa nova realidade que afecta todas as esferas da sociedade actual. As escolas “acordam lentamente para esta nova realidade, mas os jovens trazem a Web 2.0 para os computadores da escola e usam as redes sociais naturalmente no seu quotidiano para os mais diversos fins” (Caldeira, 2011).
Um dos grandes contributos que a escola poderá dar é preparar os alunos para os novos desafios: ensinar a gerir a informação e garantir a gestão metacognitiva do conhecimento, ou seja, apoiar no desenvolvimento de competências de aquisição, interpretação e análise da informação e espírito crítico (Pozo e Postigo, 2000 citados por Lisbôa, et al., 2011). É inevitável que a escola e os seus agentes repensem a forma de ensinar para a apropriação das novas formas de aprender e de se relacionar com o conhecimento.
Estamos perante uma nova “identidade” para o professor, que através da utilização das novas tecnologias, deverá estar preparado para estimular a criação colectiva, a criatividade, espirito critico e reflexão dos seus alunos. Só assim a “educação será capaz de atender as demandas de um futuro próximo” (Lisbôa, et al. 2011).
Concluindo, a rede deixa de ligar máquinas e passa a unir pessoas, processo com implicações sociais profundas (Caldeira, 2011).
O mundo virtual sugere, de facto, inúmeras possibilidades em todos os aspectos da vida, diante deste facto Lévy (2007, p. 104) reforça o conceito de ciberespaço que “designa ali o universo das redes digitais como lugar de encontros e de aventuras, terreno de conflitos mundiais, nova fronteira econômica e cultural”.
O desenvolvimento acelerado das novas tecnologias está a provocar uma metamorfose radical e global, em todos os aspetos da vida social e familiar, sendo, por isso, necessário reconhecer a importância das TIC em todos os ramos da vida social e profissional; que a informação é sinónimo de poder e que o poder está no conhecimento; que as profissões privilegiam cada vez mais o uso da informação e das TIC, provocando alterações ao nível da organização das empresas e nas formas de nelas se trabalhar, obrigando a uma flexibilidade e mobilidade no mundo do trabalho e do ensino, onde a aprendizagem deve ser autónoma e autorregulada, ao longo da vida. 
Diante deste cenário, vários desafios se levantam. O primeiro deles é tentar garantir a democratização do acesso às mais variadas formas, meios e fontes por onde circula a informação para que possamos construir uma sociedade mais equitativa. Por outro lado, devemos desenvolver competências e habilidades para transformar essa informação em conhecimento, tendo em conta valores como a solidariedade, o respeito, a diversidade, a interacção, a colaboração, a criatividade e sobretudo, a nossa capacidade de ousar, de inventar, de inovar e, ao mesmo tempo, de sermos capazes de avaliar os riscos dos nossos atos. Concordamos com Lisbôa, et al. (2011) quando afirmam que “temos plena convicção que isso só poderá ser alcançado por meio da educação”. 

Considerações finais
A realização deste estudo, que pretendeu construir coletivamente uma definição de sociedade em rede levou o grupo, à superação de diversos desafios.
Enquanto indivíduo, o desafio está em como abstrair uma real compreensão do que já foi dito e, sem sobreposição, conseguir complementar; adicionar tijolos à construção deste conhecimento que aos poucos foi se desenhando. Terá sido este sim o real desafio?
Certamente, outros podem ser listados, quais sejam os de lidar com as novas ferramentas fruto das modernas tecnologias da informação e comunicação; praticar empaticamente os novos recursos didáticos na qualidade de aluno e não de professor; experimentar a autonomia na construção de novas competências sem a gerência da tão tradicional figura do professor a guiar a aprendizagem, por meio do ensino.
Sobre esta caminhada, que em si já comporta aprendizagens significativas, há que reconhecer que ainda há muito a aprender. Todavia, no que toca à construção coletiva, largos passos foram dados.
Na definição de Sociedade em Rede, paradoxalmente, constrói-se a compreensão deste conceito em construção que abarca, na sua estrutura, o entendimento de sociedade da informação e do conhecimento, bem como a constatação que a rede hoje deixa de simplesmente ligar máquinas, para unir pessoas numa dimensão global, o que interfere diretamente no comportamento das pessoas e promove profundas mudanças sociais. As mudanças que caracterizam esta sociedade em rede referem-se aos vários aspetos da vida humana.
Uma breve análise dos séculos XX e XXI permite-nos constatar que a espécie humana está a iniciar uma nova fase da sua história, que muito deve ao desenvolvimento das TIC, tecnologias de rede e da internet. Estes acontecimentos trouxeram inúmeros benefícios à vida cotidiana da população mundial de uma forma generalizada. Economia, política, cultura, educação e sociedade foram todas influenciadas e modificadas nos últimos anos. No entanto, seria míope avistar este contexto de forma unicamente positiva.
O excesso de informações e a rapidez da sua veiculação combinam a escassez de espaço e tempo para a abstração e para a reflexão, podendo dificultar o aprendizado e contribuir para uma cultura caracterizada pela superficialidade, pela padronização e, sobretudo, pela valorização da imagem em detrimento da palavra.
Ainda que isso não deva ser tomado como absoluto em todos os casos, pois ainda existem abstração e reflexão no mundo de hoje, também não seria prudente desconsiderar os riscos desta nova cultura emergente. A valorização de formas de expressão apoiadas no sensorial, narrativo, dinâmico, emocional e sensacionalista participa do desenvolvimento de determinadas maneiras de agir, pensar e sentir, caracterizando um novo momento histórico, que traz consigo ganhos significativos para os indivíduos e suas organizações. Por outro lado, a desvalorização do abstrato e simbólico, do analítico, estático, racional, previsível e rotineiro traz consigo perdas igualmente significativas e, portanto, merecedoras de atenção e cuidado.
No percurso para construção da definição de Sociedade em Rede, considerando a dimensão planetária em que se insere esta sociedade, este estudo elucida a necessidade de procurar, individualmente e pelas formas organizadas da sociedade, a democratização do acesso à informação, ao tempo em que se faz necessário o desenvolvimento de competências e habilidades para transformar estas informações em conhecimentos úteis que tenham as tecnologias e as relações que, por seu intermédio, se estabelecem como forma de construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Por fim, entende-se que esta sociedade em rede permite estudos, trabalhos colaborativos, sociabilização e todos os outros aspetos da vida humana que possibilitam as pessoas e organizações aprenderem e interagirem juntos para, em escalas nunca imagináveis, conviver, interagir, trabalhar, inovar, teorizar e recriar novos caminhos para uma sociedade melhor.


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